domingo, 9 de agosto de 2009

Comunidade intermunicipal diz que Santarém já perdeu 9 milhões de euros por ter saído da Águas do Ribatejo

A Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CILMT) já veio responder ao presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores, que anunciou na semana passada a obtenção de 6,8 milhões de euros de fundos comunitários para obras de saneamento. Mais 100 mil euros do que estava previsto receber se tivesse aderido à Águas do Ribatejo. O administrador delegado da CIMLT, António Torres, diz que Santarém já lhe custou 9 milhões de euros. Verba que já teria recebido para além dos 6,7 milhões de euros inicialmente previstos para investimento pela Águas do Ribatejo em Santarém.
Contactado por O MIRANTE, Moita Flores (PSD), que também o presidente da administração da empresa municipal Águas de Santarém, contrapõe dizendo que estão a ser preparadas mais candidaturas a apoios da União Europeia e que os investimentos nas redes de saneamento e águas do concelho não ficam por aqui. Reafirma que Santarém tomou a melhor opção ao sair do projecto Águas de Ribatejo, liderado pela CIMLT, porque “essa gente (presidentes de câmara que fazem parte da comunidade intermunicipal) não está interessada noutra coisa senão prejudicar Santarém, como já fizeram no passado”.
O vice-presidente da CIMLT e presidente da Câmara de Benavente, António Ganhão (CDU), numa conferência de imprensa na sexta-feira, 7 de Agosto, realçou que os munícipes de Santarém estão a ser prejudicados pelas atitudes do seu presidente. Dando como exemplo os preços das tarifas de água nos municípios abrangidos pela Águas do Ribatejo e no concelho de Santarém. Ganhão referiu que os clientes da empresa intermunicipal poupam entre 25 a 42 por cento em comparação com os valores que são pagos pelos da Águas do Ribatejo.
Mas Moita Flores contra-ataca referindo que estas comparações são “uma hipocrisia” porque a Águas do Ribatejo está a praticar tarifários em desrespeito pela legislação que obriga a que o preço reflicta os custos da água. Sublinhando que mais tarde ou mais cedo a empresa intermunicipal tem que subir os preços. E até tem razão porque, segundo admitiu António Ganhão, a Águas do Ribatejo devia estar a praticar valores mais elevados, mas ressalva que a empresa é sustentável e que se está ainda num período de adaptação. Em jeito de provocação António Torres diz que daqui a dois anos podem comparar-se os investimentos feitos pela Águas do Ribatejo nos municípios de Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche e Salvaterra de Magos, que constituem a empresa, e os feitos pela Águas de Santarém, cujo accionista é a Câmara de Santarém, mas que pretende alienar 49 por cento do capital a um privado.
«O Mirante»

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