domingo, 5 de julho de 2009

PSD de Abrantes reclama

A concelhia social democrata de Abrantes reclamou hoje a “suspensão imediata de todas as decisões” sobre o futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA), pela “falta de estudos sérios”.Com um investimento anunciado de 12 milhões de euros e projectado pelo arquitecto Carrilho da Graça, o MIAA prevê o restauro do actual Convento de São Domingos e a construção de uma torre com sete pisos e 33 metros de altura para acolher as colecções da Fundação Estrada, uma intervenção que promete alterar radicalmente a paisagem da cidade de Abrantes.Santana-Maia Leonardo, candidato do PSD à Câmara de Abrantes, disse à agência Lusa que “a proximidade das eleições autárquicas e a falta de estudos sérios sobre a viabilidade económica de um Museu com esta dimensão não foram efectuados”, pelo que propõe que as decisões sobre este tema sejam “suspensas de imediato”.“As poucas discussões até agora havidas têm-se limitado a aspectos técnicos ligados ao projecto em si e, a nosso ver, um projecto desta dimensão exige a priori um estudo sério, fundamentado, rigoroso e detalhado sobre as condições do seu funcionamento, em termos de afluência esperada de públicos, receitas daí derivadas e caracterização desse mesmo público com vista a aquilatar dos benefícios ou não que o tecido económico e social da cidade poderá esperar”.“Nada disso foi feito e uma análise custo/benefício não se esgota apenas na possível auto-sustentatibilidade do Museu, mas alarga-se aos possíveis impactos económicos, de circulação, de hábitos culturais e outros, que possa vir a ter na comunidade onde se irá inserir”, acrescentou Santana-Maia.O responsável social democrata afirmou à Lusa “saber” que “um Museu com esta volumetria e impacto visual faz a delícia dos políticos, dos arquitectos e das grandes construtoras”.“Mas”, acrescentou, “para nós, o Museu só faz sentido se for uma mais valia para a cidade e para os comerciantes e que não hipoteque o futuro da cidade e do centro histórico”.Para Isilda Jana, vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara de Abrantes (PS), “não restam dúvidas da mais valia deste projecto. O MIAA foi aprovado pelo próprio PSD em sede de executivo e assembleia municipal, e o estudo prévio já foi aprovado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), e com rasgados elogios”.Segundo acrescentou, “quando surge uma coisa nova, que implica arrojo e mudança, há sempre alguém que se mostra contra, ou à boa maneira dos ‘velhos do Restelo’ ou então por puro eleitoralismo”.“O MIAA é um projecto decisivo para a cidade e para a região e estas vozes dissonantes só surgem para ganharem protagonismo, atendendo ao calendário eleitoral”, afirmou.
«Lusa»

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