quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cervejeira criada por Sousa Cintra pode voltar a mudar de mãos

Central de Cervejas faz proposta de compra à Drinkin


O administrador-delegado da Central de Cervejas, Alberto da Ponte, anunciou que a cervejeira apresentou uma proposta para comprar a fábrica da Drinkin, actualmente em processo de insolvência."Fizemos uma aproximação à Drinkin e aos bancos credores e estamos ainda à espera da resposta", explicou Alberto da Ponte, terça-feira em Santarém, escusando-se a adiantar o conteúdo da proposta de compra, que, disse, "ainda está em negociação". O administrador da Central de Cervejas apenas garantiu que, se se concretizar a compra da fábrica pela sociedade, "vai ser possível manter a esmagadora maioria dos postos de trabalho". Alberto da Ponte falava à margem de um encontro com parceiros locais, no âmbito das reuniões estratégicas que a comissão executiva da Central de Cervejas está a realizar nas capitais de distrito. Segundo disse, um dos objectivos da empresa para este ano é "manter a massa crítica para conseguir manter íntegra a força laboral". "Se não o conseguirmos fazer na nossa unidade em Vialonga, precisamos de capacidade excedentária e já aconteceu recorrermos várias vezes à Drinkin", acrescentou. A cervejeira de Santarém, que actualmente emprega pouco mais de 100 trabalhadores, tem estado a produzir para marcas brancas de grandes superfícies e tem cedido as suas linhas de enchimento à Central de Cervejas e à Unicer, sempre que estas o solicitam. O processo de insolvência da Drinkin deu entrada no Tribunal de Santarém, em Fevereiro, tendo este concedido um prazo até 30 de Julho para que a administração da empresa, liderada pelo empresário Jorge Armindo, apresente um plano que permita salvar a cervejeira da falência. Jorge Armindo, que adquiriu a Drinkin a Sousa Cintra em 2006, disse há um mês à Lusa ter em curso "negociações credíveis" e que continuava a fazer "tudo por tudo para que a fábrica continue" a laborar. A Drinkin apresenta um passivo de 82,9 milhões de euros, quase 90 por cento dos quais à banca, situação que se arrasta praticamente desde o início da constituição da empresa por Sousa Cintra, disse Jorge Armindo, acrescentando que as dívidas a fornecedores rondam os 7,5 milhões de euros. A Comissão de Credores tem como membros efectivos o Millennium BCP, a Caixa Geral de Depósitos e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas, principais credores, tendo como suplentes um representante dos trabalhadores e outro da Segurança Social.
«LUSA»

Sem comentários:

Enviar um comentário