sábado, 6 de junho de 2009

Obras polémicas no largo da festa em Vale de Cavalos

A construção no largo de uma cozinha e uma esplanada, um palco e uma quermesse vai facilitar a vida aos festeiros.

A reivindicação de equipamentos fixos para as festas da aldeia é antiga em Vale de Cavalos, Chamusca, mas agora que a junta de freguesia resolveu avançar com a construção dessas estruturas são várias as vozes que se levantam contra, porque vai estragar a vista do Largo de Nossa Senhora dos Remédios. A construção no largo de uma cozinha e uma esplanada, um palco e uma quermesse vai facilitar a vida dos organizadores da festa anual mas está a dividir a população.
As dúvidas e as reclamações diferem de caso para caso. Mas segundo o presidente da Junta de Freguesia de Vale de Cavalos, Vítor Costa, tudo passa por as pessoas não saberem o que ali se vai fazer. “Tudo foi feito de forma transparente, a obra foi discutida e aprovada na assembleia de freguesia, na câmara e na assembleia municipal, e o projecto foi entregue a um gabinete de engenharia que fez um excelente trabalho. Toda a gente teve acesso a ele. Não vai ser construído um mamarracho, como alguém anda para aí a dizer, e creio que depois de tudo construído as pessoas vão ficar satisfeitas com a obra”.
Catarina Henriques é uma das pessoas que não está de acordo com o que ali vai ser construído. “A ideia de implantar equipamentos fixos no largo é uma ideia retrógrada, por se terem feito noutras freguesias não justifica que se vá estragar o largo mais bonito de Vale de Cavalos”, diz. Perguntaainda se não havia outro local para colocar estes equipamentos.
Também António Lopes mostra indignação por se ir estragar a beleza do largo, “para construir uns mamarrachos para supostamente servirem de apoio a umas festas que só se realizam pontualmente”.
João Pereira tem outra visão das coisas. “Acho muito bem que se façam estas obras, as pessoas que fazem as festas não devem ser massacradas com o trabalho de ter que montar tudo. Já basta o trabalho de organização. E o largo é o local ideal para a construção. A festa não pode ser feita fora do âmbito da igreja de Nossa Senhora dos Remédios, que está implantada no largo. As pessoas só reclamam por reclamar”.
César Baixito, que mora mesmo no largo, garantiu que não tem uma opinião formada sobre o assunto. “Não sou a favor nem contra, prefiro esperar para ver. Gostava que o projecto tivesse sido feito por um arquitecto, que o enquadrasse no largo. Acredito que os responsáveis tiveram todas essas coisas em consideração”, afirmou.
O MIRANTE ouviu outras pessoas e comprovou que as opiniões estão muito divididas, mas não diferem muito das que já foram citadas. Ainda houve alguém que se manifestou a favor da deslocação destes equipamentos para junto do campo de futebol, na Caniceira, mas essa foi apenas uma ideia, que nem mesmo os mais acérrimos críticos da construção aceitaram.
O presidente da junta garante que o facto de se estar em altura de eleições é motivo para estas contestações. Mas tranquiliza os críticos. “Vamos gastar aqui um pouco mais de 200 mil euros, porque queremos ter uma obra totalmente integrada no largo, não vai estragar nada”, disse acrescentando que “só existe contestação quando se faz alguma coisa e nós, com todas as dificuldades, continuamos a trabalhar”.
Também o presidente da Câmara da Chamusca, Sérgio Carrinho, é da mesma opinião. “O assunto foi discutido e aprovado na junta e assembleia de freguesia, o projecto de arquitectura e execução e o apoio à obra foi discutido e aprovado na câmara e assembleia municipal. Aceito que haja algumas pessoas contra, mas também acredito que não há obra nenhuma que seja feita por qualquer autarquia que seja aprovada a cem por cento por toda a população”.
«O Mirante»

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