terça-feira, 9 de junho de 2009

Hospital de Santarém investiga suspeita de acesso indevido a ficheiros clínicos de doentes

O Hospital Distrital de Santarém (HDS) abriu um inquérito para apurar se foram transmitidos dados pessoais de doentes acompanhados na unidade hospitalar a um laboratório de produtos médicos.

Em causa está a suspeita de que representantes dessa empresa tenham copiado ficheiros com os nomes e moradas dos pacientes dos registos do hospital, o que não é permitido já que este tem que garantir a confidencialidade dos dados pessoais.
Os ficheiros que terão sido copiados pelos elementos da multinacional com instalações em Portugal dizem respeito a ostomizados. Doentes que são sujeitos a uma técnica médica que consiste numa abertura artificial na parede do abdómen através da qual é desviado o conteúdo do cólon para o exterior. Uma solução que é aplicada no caso de doenças intestinais ou urológicas em que os doentes precisam de andar com sacos de recolha que são substituídos em casa.
A denúncia chegou à administração do HDS no dia 28 de Maio a partir de uma outra empresa que comercializa produtos para estes doentes e que tem sede em Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos. O gerente desta firma informou por escrito que viu um representante do laboratório concorrente no gabinete de enfermagem de apoio à Estomaterapia com uma enfermeira que lhe fornecia fichas de operação e de consulta de acompanhamento onde consta a morada do paciente. E alega que tal pode servir para que sejam feitas visitas a casa dos doentes para que estes passem a utilizar os produtos daquela marca.
O administrador do hospital, José Josué, confirma que recebeu a denúncia e que mandou abrir um processo de averiguações. Em relação ao descrito, refere que o comportamento denunciado foi considerado “estranho” pela administração, realçando que estas situações “não devem acontecer”. José Josué diz que vão ser ouvidos os responsáveis pelos serviços para se tentar descobrir o que terá acontecido e se a denúncia tem fundamento.
José Josué, em declarações a O MIRANTE, explica que a unidade de saúde pode fornecer informações como o número de utentes que são acompanhados, por exemplo, mas não elementos que os possam identificar. Esta situação ocorreu numa altura em que o HDS tem em marcha um concurso para aquisição de produtos, que classificou como uma compra normal por parte da unidade hospitalar.
«O Mirante»

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